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Entenda o Início e o Prazo da Prescrição no Direito

Quando falamos sobre o mundo do Direito, um dos temas que frequentemente gera dúvidas e discussões é o prazo da prescrição. Mas você sabe exatamente o que isso significa e como esses prazos são determinados? Neste post, vamos mergulhar no conceito de prescrição no Direito, entender seus prazos e como a legislação atual afeta esses períodos. Prepare-se para desvendar os mistérios por trás do início e do prazo da prescrição!

O que é Prescrição no Direito?

A prescrição no Direito é um conceito que, em essência, refere-se à perda do direito de ação, ou seja, a impossibilidade de exigir algo em juízo após o decurso de um determinado tempo. Isso acontece porque a lei entende que, após certo período, deve-se promover a segurança jurídica e a paz social, evitando que conflitos antigos possam ser trazidos à tona indefinidamente.

Existem três requisitos básicos para que ocorra a prescrição: a violação de um direito, a inércia do titular desse direito e o decurso do tempo estabelecido por lei. Um dos tipos mais discutidos de prescrição é a intercorrente, que ocorre durante o processo judicial quando há inatividade por parte do autor da ação.

As Mudanças na Legislação e o Prazo da Prescrição

Com a entrada em vigor da Lei 14.195/21, houve uma mudança significativa no que diz respeito ao termo inicial do prazo da prescrição intercorrente. Antes dessa lei, o prazo começava a contar a partir do momento em que o juiz suspendia a execução devido à falta de bens penhoráveis do devedor. Agora, o prazo começa a contar a partir da ciência da primeira tentativa infrutífera de localização do devedor ou de bens penhoráveis.

Essa alteração legislativa levanta uma questão importante: ela se aplica aos processos iniciados antes de sua vigência? A Constituição Federal e o Código de Processo Civil são claros ao estabelecer que as normas processuais não retroagem, aplicando-se imediatamente aos processos em curso, respeitando-se os atos já praticados.

Decisões Judiciais e a Lacuna na Transição

Apesar da clareza da lei, a aplicação da nova regra gerou decisões divergentes nos tribunais. Alguns julgamentos extinguiram demandas baseando-se na nova legislação, mesmo em processos iniciados antes de sua vigência. Essas decisões foram posteriormente reformadas, respeitando o princípio da irretroatividade das normas processuais.

Contudo, a ausência de uma regra de transição clara para os processos iniciados antes da Lei 14.195/21 criou uma lacuna, gerando insegurança jurídica. Os tribunais têm adotado soluções diversas, o que evidencia a necessidade de uma uniformização da jurisprudência sobre o tema.

Conclusão

Entender o início e o prazo da prescrição no Direito é fundamental para todos que buscam justiça. As recentes mudanças legislativas trouxeram tanto esclarecimentos quanto desafios na aplicação da lei. A insegurança jurídica gerada pela falta de uma regra de transição clara é um problema que afeta credores, devedores e o próprio sistema judiciário. Espera-se que, com o tempo, o Superior Tribunal de Justiça possa uniformizar o entendimento sobre essa questão, trazendo mais segurança e previsibilidade para todos os envolvidos.

Até lá, é essencial que advogados, juízes e partes envolvidas em processos judiciais estejam atentos às nuances da legislação e às decisões dos tribunais superiores para navegar com sucesso no complexo mundo do Direito Civil.